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Editorial
Pedro Queiroz | Diretor-Geral
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Há cerca de um mês o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma estratégia que visava a Promoção da Alimentação Saudável e que, tal como tornado público, teria como base uma plataforma de parceiros para a procura e implementação de soluções conjuntas. Mais recentemente o Ministro da Saúde afirmou ao canal público de televisão que o caminho passava pelas parcerias e pela autorregulação. Durante a apresentação do Orçamento do Estado para 2017, na passada sexta-feira, parecia que estávamos num outro país, com outro Governo. Confirmando rumores que se avolumavam, é proposta a criação de um imposto especial sobre bebidas açucaradas, no mínimo incompreensível pois abrange bebidas sem açúcar! Sejamos claros, este é um imposto discriminatório e, mais grave ainda, experimentalista. A Comissão Europeia já apontou para a incerteza da eficácia dos impostos sobre alimentos no combate à obesidade, devido aos efeitos de substituição dos produtos abrangidos pelo imposto. O McKinsey Global Institute estudou a eficácia de diferentes medidas como solução para o problema da obesidade e quer a redução das porções quer a reformulação dos produtos têm dez vezes mais impacte na saúde pública do que um imposto, mas parece que para tapar os buracos na saúde agora vale tudo!
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