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Editorial
Pedro Queiroz | Diretor-Geral
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Se por um lado é o maior setor industrial do país, tanto ao nível da criação de riqueza como de emprego, por outro a Indústria Agroalimentar tem sido alvo de intervenções e iniciativas que colocam em causa a sua reputação e desvalorizam, muitas vezes, a importante evolução que tem feito com vista a dar resposta aos dinâmicos desafios da sociedade. Esta é a perspetiva que serve de mote à 5ª Conferência para a Competitividade, subordinada ao tema “A Indústria Agroalimentar e os Desafios para a Década”, que a FIPA promove no próximo dia 6 de março e que conta já com uma forte adesão, prevendo-se casa cheia. Numa manhã de troca de experiências e de perspetivas futuras, os participantes poderão assistir a duas mesas redondas, uma sobre “a reputação da indústria agroalimentar e o papel dos parceiros” e a outra sobre “os desafios da fileira agroalimentar na economia nacional”, ambas com intervenientes de excelência. Este debate acaba por coincidir com um contexto de permanentes desafios para os vários subsetores e empresas, em particular ao nível da promoção da alimentação saudável e da sustentabilidade. Ainda recentemente o Parlamento acolheu uma discussão sobre esquemas alternativos de rotulagem nutricional, em particular os sistemas de cores, que deixou claro que a competitividade e o foco no consumidor devem ser pesados na mesma balança, tendo ficado bastante bem vincada a posição da maioria dos grupos parlamentares em relação à falta de eficácia na melhoria das escolhas e ao impacte negativo na competitividade das nossas empresas da adoção de esquemas de informação nutricional fora da harmonização europeia, discriminatórios para os produtos nacionais e totalmente desenquadrados com a legislação comunitária. O bom senso levou à rejeição dessas propostas e abriu porta a um diálogo multisetorial e participado para que sejam encontradas as melhores opções para os consumidores e para a competitividade nacional.
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