Aproximamo-nos do final do ano. Tradicionalmente este seria o tempo de acompanharmos atentamente o desenrolar das negociações do Orçamento do Estado. Contudo, deparamo-nos hoje com um país mergulhado na tão falada “crise política” e na expectativa de um novo período eleitoral.
Sem previsão de estabilidade à vista, colocam-se as questões. Qual será a reação da economia? De que forma este cenário impactará o tecido empresarial, as famílias e os consumidores?
Do lado da indústria agroalimentar, poderíamos responder de forma simples, sublinhando que continuaremos sempre na linha da frente pelo papel essencial que temos no dia-a-dia da sociedade.
Porém, mais do que nunca, é também o momento de reafirmarmos posições e defendermos a nossa indústria exatamente pela sua relevância para a economia e para os cidadãos.
É certo que as empresas do setor terão de continuar a cumprir a sua missão, fazendo face ao impacto de todas as inconstâncias políticas que atravessamos. No entanto, pelo seu caminho colocam-se ainda mais barreiras a ultrapassar em áreas tão vastas que vão da sustentabilidade ambiental à logística, transportes e flutuações nos mercados de matérias-primas.
A evolução terá de ser feita pela resposta às atuais circunstâncias e sobretudo de olhos postos num futuro que se faz do fomento à investigação, desenvolvimento e inovação, da concretização da transição digital, da resposta às questões da circularidade e economia verde e, naturalmente, da valorização da cadeia de abastecimento nacional.
Estes são, de facto, os pilares estratégicos da FIPA não só para o próximo ano, mas para a década. Pilares que fazem parte da agenda da federação que, aliás, o Ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, reconheceu como “absolutamente sintonizada com as prioridades do país, da Europa e do Mundo” e que “são os passos certos a dar” para se conseguir um conjunto de objetivos no campo do crescimento sustentável.
O tecido empresarial está pronto para esta aposta, mas é necessário um enquadramento regulamentar, fiscal e governamental favorável para que possa ser feita com maior estabilidade.
Por agora, discussões políticas à parte, é o momento para que sejam criadas condições para uma indústria agroalimentar mais inovadora, competitiva e sustentável e para uma economia nacional mais sólida.
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