A FoodDrinkEurope divulgou recentemente a sua edição anual do relatório "Data&Trends”, um documento que faz um enquadramento abrangente da indústria agroalimentar. Acima de tudo, vem confirmar que somos uma das maiores indústrias transformadoras da União Europeia não só em termos de volume de negócios (1,1 triliões de euros) e valor acrescentado (222 mil milhões de euros), mas também como setor exportador (145 mil milhões de euros) e gerador de emprego (4,5 milhões de empregos).
São dados importantes que têm como pano de fundo a capacidade de inovação e adaptação às exigências do mercado e dos consumidores. No entanto, que perspetivas realistas devemos ter em relação a curto e médio prazo? Esta é a questão que se coloca quando, atualmente, temos um cenário agravado de disrupção da cadeia de abastecimento e uma tendência altamente inflacionista nas matérias-primas, na energia, nos materiais de embalagem, nos transportes e logística.
Durante os maiores picos da pandemia conseguimos dar respostas com sucesso às alterações do mercado, demonstrando uma enorme resiliência das empresas. Mas num contexto mundialmente preocupante, é importante repensar estratégias económicas e comerciais que sejam capazes de garantir a sustentabilidade do tecido empresarial e dos empregos num setor essencial para a sociedade e economia.
É verdade que este não é um cenário exclusivo da realidade portuguesa, não deixando, apesar disso, de requerer uma especial atenção por parte do Governo e de todos os setores da cadeia de abastecimento.
A FIPA tem estado a acompanhar esta evolução. Não só com participação ativa no Grupo de Acompanhamento e Avaliação das Condições de Abastecimento de Bens nos Setores Agroalimentar e do Retalho, recentemente criado pelo Governo, mas também sublinhando publicamente que é fundamental a atuação conjunta dos vários Estados-Membros para a criação de um enquadramento favorável à recuperação económica e à preservação dos fatores de competitividade de toda a cadeia de abastecimento agroalimentar.
Com as previsões para que todo este cenário não se altere antes de meados do próximo ano, mais uma vez estamos perante novas exigências. Continuaremos preparados (aliás, esse tem sido sempre a forma de estar da indústria agroalimentar), tendo como foco a garantia da disponibilidade e da diversidade de alimentos e, em simultâneo, continuar a ter empresas competitivas e de relevo para a economia.
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