Segurança alimentar, segurança dos alimentos, segurança nutricional e sustentabilidade. Estes são os quatro grandes pilares e prioridades em torno dos quais o debate, o trabalho e o foco da indústria agroalimentar se têm guiado e evoluído.
Posicionando-os numa ordem cronológica, a prioridade da segurança alimentar marca já um largo período da história. De facto, ao longo dos tempos modernos, o objetivo de todos os atores da cadeia sempre foi garantir o abastecimento de alimentos e bebidas à população, com comodidade e acessibilidade, sendo esta uma missão que se viu reforçada (e muito bem superada) por todas as dificuldades que surgiram com a atual pandemia.
Já nas décadas finais do século XX, juntando-se a esta “obrigação” veio ganhar destaque mediático a questão da segurança dos alimentos. Não bastava fornecer produtos, mas sim, produtos com garantia de inocuidade. Um assunto que, desde então, registou grandes evoluções e inovações, em prol da saúde e do bem-estar dos consumidores. Hoje têm essa garantia, sendo que é objetivo de todos os parceiros do setor alimentar fazer mais neste âmbito, surgindo, para tal, projetos colaborativos como o europeu FoodSafety4EU, do qual a FIPA faz parte, em representação de Portugal e em conjunto com a ASAE. Note-se ainda que, pela relevância deste tema, a ONU instituiu, em 2018, o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos que assinalámos no passado dia 7 de junho.
Contudo, porque os assuntos relacionados com a alimentação são de múltiplas dimensões, nas mais recentes décadas elevámos o debate para o âmbito da nutrição. Com isto surgiram os desafios não só no que respeita à informação ao consumidor - com tópicos como a rotulagem nutricional e as alegações nutricionais e de saúde -, mas também no que concerne à base dos produtos alimentares e aos francos avanços feitos para uma oferta nutricionalmente mais adequada e personalizada, reforçada com compromissos assumidos pela indústria e distribuição com o Ministério da Saúde. Nesta tarefa contámos - e devemos continuar a contar - com o diálogo entre todos os agentes do sistema alimentar. Aliás, neste sentido, a FIPA participará em setembro no XX Congresso da Nutrição e Alimentação.
Marcando a evolução, o tema que levaremos a este encontro é, precisamente, o assunto que define a atualidade do debate: a sustentabilidade. Na reflexão sobre o futuro dos sistemas alimentares, o foco é, efetivamente, como os tornar mais sustentáveis não só termos ambientais, mas também económicos e no enquadramento social. Significa que no futuro próximo teremos de ter um sistema alimentar que responda com rapidez e eficácia a todas estas questões da segurança alimentar, dos alimentos e nutricional, mas ainda com maior ponderação e equilíbrio.
Um desafio para o qual todos nós, intervenientes na cadeia alimentar, temos de estar preparados. Será, seguramente, a missão que definirá o futuro da atuação da indústria agroalimentar, como bem o sublinha, por exemplo, a confederação europeia FoodDrinkEurope com a sua mais recente campanha #FoodFuture.
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