Muito se tem falado sobre o impacto da pandemia COVID-19 na economia portuguesa e internacional. Multiplicam-se as análises e previsões para os tempos vindouros. Portugal olha para o futuro à luz do plano de recuperação económica 2020-2030 e na Europa assistimos a uma corrida contra o tempo para que se chegue a um acordo sobre os moldes do Fundo de Recuperação "Next Generation EU”.
Este é, acima de tudo, um cenário de decisões macroestruturais a longo prazo. Decisões que, no entanto, devem olhar de forma muito concreta e atenta para a dinâmica, capacidade de resposta, resiliência e colaboração demonstrada por setores que mesmo em plena pandemia, e apesar de entraves e barreiras, nunca pararam. Falo aqui, naturalmente, da indústria alimentar, recentemente definida como “espinha dorsal” da economia portuguesa num estudo da Comissão Europeia e do Banco Europeu de Investimento.
É certo que é tempo de identificarmos fraquezas, mas é altura de capitalizarmos o que soubemos e sabemos fazer bem.
Neste sentido, a FIPA tem dado voz ao setor junto do Governo e entidades europeias, sublinhando a sua expressividade na economia (com os 17,4 mil milhões de euros de volume de negócios e 115 mil postos de trabalho diretos), mas também a sua capacidade de inovar e alavancar áreas de futuro como a sustentabilidade ambiental, a segurança alimentar, a segurança dos alimentos, a nutrição e a informação ao consumidor, essenciais à concretização de planos estratégicos como o Pacto Ecológico Europeu e a Estratégia “Do Prado ao Prato”.
Por fim, e sem esquecer que estas decisões macroestruturais para o futuro, mais do que considerar a indústria agroalimentar por todas estas suas provas dadas, devem ter em conta que o setor são as empresas, os trabalhadores, os parceiros, mas é, sobretudo, o consumidor, o grande motor da economia.
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